Surdez: viajando sozinha com conexão

Fiquei algum tempo pensando se faria ou não este post. Costumo ser fiel à minha linha editorial: casa, decoração, faça você mesmo e bem viver relacionado à casa. Mas dessa vez resolvi abrir uma exceção. Primeiro, porque este post pode ajudar alguém. Segundo, porque a viagem que eu acabei de fazer só aconteceu por causa desse blog.

Sente numa cadeira confortável que este post é longo!

Huningue, França. Foto: Carla Torci/ The Blue Post

Já falei por alto sobre a minha deficiência por aqui. Mas para quem ainda não sabe, sou deficiente auditiva com perda bilateral profunda. Tive meningite com 1 ano e 8 meses, e acabei perdendo a audição. Com o empenho dos meus pais e o apoio de fonoaudiólogos, aos 5 anos eu estava oralizada e compreendendo o que me era dito através da leitura labial.
Aos 20, fiz uma cirurgia que me deu mais qualidade de vida: tornei-me uma implantada. Mas, ao contrário do que muitos pensam, o implante coclear é uma bênção, mas não é um milagre. Para quem tiver interesse, aqui você pode ler um resumo sobre o que é o implante coclear e o que ele pode proporcionar a um deficiente auditivo. Caso você tenha lido esse artigo, eu me encaixo no grupo daqueles “(…) pacientes cujo implante ajuda
apenas a perceber os sons sem conseguir compreender a
fala”. Afinal, foram 18 anos que vivi no silêncio absoluto e não desenvolvi a memória auditiva.

Eu e Carla (The Blue Post), na Alemanha.

Viajar de avião sozinha não é uma das tarefas mais simples, mesmo quando se trata de voo direto em território nacional. Já teve gente que me disse: “ah, mas é só acompanhar aquele telão”. Não, não é. Nem sempre ele está sincronizado com o auto falante e a informação de mudança de portão só aparece na tela minutos depois. Já aconteceu comigo duas situações, que se eu tivesse confiado no telão, teria perdido o avião ou ficado à deriva, sem compreender o que estava acontecendo e sem saber o que fazer. Uma no Rio de Janeiro, numa viagem a trabalho, quando mudaram o portão no último minuto; e outra em Lisboa, quando voltava da viagem que fiz a Portugal ano passado, e os funcionários da TAP resolveram paralisar e fecharam o portão de embarque.
Mas para este porém existe solução: pedir acompanhamento. Já pedi algumas vezes e já vi que rola.

Só que eu nunca tinha precisado pedir acompanhamento em viagens com conexão. Nas oportunidades anteriores, todas as vezes que fiz conexão, eu não estava sozinha.
Quando ficou decidido que o encontro oficial da equipe SOS Decor – DIY Coletivo duraria 5 dias (para quem não sabe do que estou falando, está tudo explicado aqui), quem mora em terras brasileiras reconheceu que era pouco tempo para todo o esforço que seria fazer essa viagem – tanto no quesito financeiro, quanto na organização: eu por exemplo, tive que mudar a data das minhas férias bem em cima do laço e perdi um monte de aulas. Cada uma de nós se organizou do jeito que deu para aproveitar ao máximo a viagem além do encontro oficial.

Eu aceitei o convite da Carla, do The Blue Post, uma das meninas da nossa equipe, que mora na Alemanha, numa cidade perto da França e da Suíça para passar uns dias na casa dela e depois, seguirmos juntas para Barcelona. Isso implicou em fazer conexão em países cujos idiomas eu não falo (holandês na ida, e francês na volta). O que já não é muito simples aqui, é óbvio que é bem mais complicado em terras estrangeiras.

Teve gente que, ao saber que eu faria essa viagem com conexão voando pela Air France, disse que eu estava louca:
“Isso é uma temeridade!”
“Isso é loucura!”
“Cia aérea para surdo é aquela que fala português!”

Só para citar algumas frases que eu tive que ouvir. Não escrevo mais para não ofender algumas pessoas queridas.

É claro que é compreensível o medo de quem me falou essas coisas. Mas se formos nos deixar levar pelo medo o tempo todo, oportunidades são perdidas. E eu não queria perder de jeito nenhum esse encontro do DIY Coletivo. Fui, voltei, fiz todas as conexões, deu tudo certo e tenho algumas dicas para dar!

Basel (ou Basiléia), Suíça.

DICA 1: TRABALHE O MEDO

É o primeiro passo. Se pararmos para pensar, nossas ações são fruto do nosso emocional. Se tivermos algum medo mal trabalhado, a gente não faz certas coisas. Eu por exemplo, tenho PAVOR de cobras, então não faço trilhas.
E acredite, mesmo que você não tenha tanto medo, sempre terá alguém com mais medo que você, e pode tentar te influenciar. Na maioria das vezes, é na intenção de fazer o bem, mas que acaba atrapalhando ao invés de ajudar.  Aprenda a lidar com essa influência negativa.
Mas veja bem: não estou dizendo que viajar sozinho sem ouvir não envolve riscos. Sim, envolve. Tudo na vida tem risco.

DICA 2: CALCULE OS RISCOS

Não é porque você já passou pela dica 1, se encheu de coragem, que vai jogar os riscos no lixo. Eles continuam existindo. E é importante reconhecê-los todos. Porque é reconhecendo os riscos que a gente encontra ferramentas para contorná-los, e consequentemente, minimizá-los. Possíveis riscos: se perder, perder o voo, extravio de bagagem, problemas de comunicação no controle de imigração…

DICA 3: SINALIZE QUE VOCÊ É UM DEFICIENTE NO ATO DA COMPRA DA PASSAGEM

Em geral, as cias aéreas mostram uma opção para você marcar caso seja um deficiente. Não sei precisar como isso funciona nas empresas brasileiras, já que as vezes que viajei sozinha em território nacional, foram a serviço, e nesse caso, quem compra a passagem é uma agência contratada pelo órgão que trabalho. Mas a Air France, por exemplo, pede para você especificar se a sua deficiência é física ou sensorial, e em seguida, bloqueia o site, te dá um número de reserva e não deixa você finalizar a compra. Horas depois, mandam um e-mail pedindo para você especificar o tipo de assistência que você precisa, e te dão um número de telefone, caso você queira verificar se a sua assistência está confirmada, e só então, você finaliza a compra da passagem. Eu achei isso fantástico e me senti muito mais segura! 

DICA 4:  E AVISE TAMBÉM NO CHECK IN

Nessas horas eu nunca faço check in pela internet, nem naquela maquininha do aeroporto. Faço junto com o despacho da bagagem, com uma pessoa física. Em alguns aeroportos, colocam você na fila preferencial e colocam na sua mala um adesivo que sinaliza que você é deficiente. É nesse momento que o funcionário da cia aérea solicita que a assistência te busque naquela hora, ou te pede para voltar num determinado horário.
E pelo amor, chegue no aeroporto com no mínimo 2 horas de antecedência. Já estamos numa situação desfavorável, não compliquemos a coisa pro nosso lado.
Essa dica se torna ainda mais importante quando você não consegue sinalizar que é deficiente ao comprar a passagem.

Vitra Haus – Weil am Rhein, Alemanha. Aguardem um post sobre o que vi e amei nesse lugar!

DICA 5: CONFIE NO PAPEL

Papel não tem sotaque, não fala diferente, não depende de wifi, não acaba a bateria. Mesmo que você fale bem inglês (o que não é o meu caso), escreva tudo que você imagina que pode precisar falar na viagem. Leve escrito em português (para você saber o que quer falar), em inglês e no idioma da sua cia aérea. Pense nas coisas básicas (como o aviso de que você é deficiente), bem como nas perguntas que podem fazer na imigração. Algumas sugestões:

– Sou deficiente auditivo, solicitei assistência ao comprar passagem pela (sua cia aérea).
– Meu voo é:
– Minha bagagem sumiu. O que eu faço?
– Motivo da viagem (férias, turismo, trabalho, visita familiar, etc)
– Meus endereços de hospedagem são:
– Volto para o Brasil (data da sua volta).
– No Brasil trabalho com (a sua função, atividade) em/ no (lugar que você trabalha). Adapte a frase se você for estudante, freela, empresário.

Pense também nas questões específicas da sua viagem. O meu destino final era um aeroporto que servia a 3 países e tinha 2 portas: uma para a Suíça e outra para a França e Alemanha. Coloquei no meu papel: “Gostaria de sair pela porta da França e da Alemanha, onde fica?” . 

Eu nunca precisei, mas seguro morreu de velho: anote nesse papel o endereço e o telefone do consulado brasileiro dos lugares pelos quais você irá passar. Principalmente o dos países onde ocorre a troca de avião.

“Ah, mas eu não sei traduzir para outras línguas!” Eu também não sei, o único idioma que eu realmente aprendi além da minha língua mãe, foi o espanhol. Peça ajuda. Sempre tem alguém que saiba. No meu caso, quem traduziu para o inglês, foi a Sheylla, do @15sideas (veja o trabalho dela aqui e aqui), e para o francês, um amigo parisiense. Na pior das hipóteses, recorra ao google translate. É uma porcaria, mas é melhor que nada e quebra um galho.

DICA 6:  LEVE TODOS OS DOCUMENTOS NECESSÁRIOS E UM POUCO MAIS

O necessário é óbvio, serve para qualquer um. Sem os documentos necessários, a gente não entra em país algum. Para os países na União Européia, precisamos de passaporte, endereço de hospedagem, seguro viagem, passagem de volta. Geralmente apresento só isso, e dessa vez, mostrei o papel citado acima, caso o funcionário da imigração quisesse me fazer alguma pergunta, as respostas provavelmente estariam lá.
Mas a gente sabe que volta e meia, a imigração resolve implicar com turistas brasileiros, e faz umas perguntas sem cabimento. A imigração inglesa já mandou essa para uma amiga: “Ah, então você é museóloga lá no Brasil? Me fale o nome de 4 museus que tem aqui!”. Se fosse comigo, eu não entenderia o que o sujeito estava me perguntando e isso pode gerar confusão. Por isso acho prudente levar algum documento a mais, que comprove seu vínculo com o Brasil.
Eu costumo levar o meu contracheque e a identidade emitida pelo serviço público. Nunca precisei apresentá-los, mas é melhor prevenir que remediar. Problemas com a imigração é a última coisa que nós queremos, não é mesmo?

Tinha um paparazzi no meio da viagem. rs. Colmar, França. Foto: Carla Torci/ The Blue Post.

DICA 7: ESTEJA SEMPRE EM ALERTA

Eu notei que nem sempre especificam ao assistente qual é a deficiência do passageiro. Na minha volta, em Paris, me esperaram na porta do avião com uma cadeira de rodas. E em Amsterdã, onde eu tive que esperar umas 3 horas antes de pegar o segundo avião, eles marcaram comigo uma determinada hora para eu comparecer na assistência. Dei uma volta para almoçar e um pouco antes da hora marcada, eu já estava sentada num dos bancos da assistência, esperando. Eis que aparecem dois assistentes chamando “Amado, Amado”, sem me cutucar. Viu alguém chegar, preste atenção para saber se é você que estão chamando. Na dúvida, pergunte.

DICA 8: APELE PARA A LINGUAGEM UNIVERSAL

Precisa se comunicar e não consegue? Gestos e apontamentos. Ficar apontando e gesticular pode ser esquisito, mas funciona. Eu usei esse método e o pessoal do aeroporto e da cia aérea também. Na minha ida, quando eu peguei o segundo avião, não tive taaaaaanta certeza de que estava no avião certo, chamei a comissária, que provavelmente era holandesa, apontei para o meu lugar de destino na passagem, e com gestos, perguntei se estava no voo certo. E ela, também com gestos, me respondeu que sim, aquele avião estava certo.

DICA 9: NÃO CONTE COM WIFI DE AEROPORTO

“Ah, mas todo aeroporto tem wifi!”. Em tese, sim. Na prática são outros quinhentos. No Rio de Janeiro e em Amsterdã foi tudo ok. Em Paris e em Barcelona não funcionou. Eu via que tinha sinal, mas eu não conseguia usar nem o whatsapp. Isso foi meio problemático em Barcelona, porque eu e a Carla chegamos um dia antes da reserva do nosso apê, e dormimos uma noite na casa catalã da Erica (Home Sweetener), e a gente não conseguia avisar que estávamos a caminho, obrigando a Carla a comprar um pacote de dados para usar a internet. E a Karen (Pot pourri da Karen) chegou em BCN quando já estávamos no apê, ela também não conseguia nos avisar que tinha chegado no aeroporto, e nós ficamos preocupados.
Ou seja, se tiver wifi, ótimo. Mas tenha sempre um plano B. O meu plano B foi ter o endereço e o telefone de todo mundo dos lugares que eu ia.

E POR FIM, APROVEITE A VIAGEM E DIVIRTA-SE! 

Viajar sozinho sem ouvir e fazendo conexão não é a coisa mais confortável do mundo. Mas tomando todas as precauções não é um bicho de sete cabeças. Embora a acessibilidade nos aeroportos não seja exemplar, as pessoas costumam ser atenciosas com deficientes.

Um pouco do que eu teria perdido se tivesse me deixado levar pelo medo:

Fondation Beyeler, Riehen, Suíça.

Primavera européia. Riehen, Suíça.

Le Petit Venice, Colmar, França.

Parece pintura de Monet, mas é de verdade. Colmar, França.

DIY Coletivo na Casa Batlló, Barcelona, Cataluña, Espanha.

DIY Coletivo no Parc Güel, Barcelona. Da esquerda para a direita: Erica (Home Sweetener), Carla (The Blue Post), eu, Karen (Pot Pourri da Karen) e Thamyrez (Casa Design Studio).

DIY Coletivo e o lagarto de Gaudí! Parc Güell, Barcelona.

Pés no Mar Mediterrâneo! Barcelona, Cataluña, Espanha. Foto: Karen Rampon/ Pot pourri da Karen.

Karen, eu e Thamyrez provando suquinhos diferentes a “un euro”, no mercado de La Boquería, Barcelona.

Explicando mais detalhadamente, eu fiquei 15 dias viajando, e creio que posso dividir a viagem em 3 etapas:

1) 5 dias na casa da Carla, na Alemanha, perto da França e da Suíça.
2) 5 dias com a equipe DIY Coletivo semi- completa no apê que alugamos: apenas a Stephany, do Feita com muito esmero, não pôde estar com a gente no nosso primeiro encontro oficial.
3) 5 dias na casa da Erica, que na verdade mora na Austrália, mas está morando em Barcelona por uns 2 meses. A essa altura, Thamyrez já tinha seguido viagem, mas Carla e Karen também foram para a casa da Erica.

Já que este post já está gigante, não custa nada deixá-lo um pouco maior! rsrsrs.

Carla: obrigada por todo o carinho que você teve ao me acolher na sua casa. Por me buscar no aeroporto, pelos passeios, pela hospedagem, pela casinha de cimento. Por tudo! Foi tudo incrível!

Erica: obrigada por nos hospedar, mesmo com duas crianças em casa, e por nos fazer sentir à vontade.

DIY Coletivo: o que dizer dos dias que passamos todos juntos? Acho que não há palavras no mundo que expliquem os dias mágicos que vivenciamos. A sintonia, a cumplicidade, a colaboratividade, a diversão, a troca de ideias. E que esse seja apenas o primeiro de muitos encontros!

Qualquer dúvida sobre a viagem, vocês já sabem, né? É só usar esse espacinho de comentários e perguntar! Mandar e-mail também tá liberado! 😉

21 comentários em “Surdez: viajando sozinha com conexão”

  1. Sensacional seu post, Juliana. Vale a pena sair da nossa linha editorial (também tenho dificuldade em fazer isso) quando o objetivo é chamar a atenção, alertar, ajudar. Pessoas comuns esquecem que existem outras que nem sempre têm a mesma facilidade de locomoção/compreensão/interação. Daí a importância deste relato. Quem tem uma deficiência, é essencial que perca o medo e continue com sua vida, mesmo que isso implique certas complicações ou a ajuda de terceiros. E quem com ela convive , também tem seus receios, é compreensível. E acredite, sei do que falo.Fácil de dizer, mais difícil de concretizar. E o problema de cada um nem sempre está à vista. É essencial que as pessoas sem nenhum tipo de limitações estejam abertas, atentas e solidárias. Beijo e parabéns pela sua coragem e seu exemplo de se aventurar no mundo!

    1. Oi Val, que bom que gostou desse post. realmente fiquei muito na dúvida se faria ou não. Mas já recebi um e-mail que me garantiu que valeu a pena sair da minha linha editorial, e fiquei feliz de tê-lo feito.
      Obrigada pelo seu carinho de sempre!

  2. Ju, muito, mas muuuuito feliz pela sua vivência, pela sua coragem (não deixa de ser coragem peitar todos esses empecilhos) e pelas lembranças incríveis que você vai cultivar!!!
    Que venham mais aeroportos e perrengues! (mas nada de cobra! rs)
    Você está vacinada 😉

    Bjs, Talitha.

    1. Oi Talitha,

      acho que o melhor de tudo isso é exatamente o que você disse: as lembranças incríveis. É a única coisa que o tempo não me tira. Os bens materiais ficam velhos e se vão, mas as lembranças tê-la-eis comigo sempre, acalentando meu coração.
      Na verdade, não sei te dizer se enfrentar os empecilhos foi um ato de coragem (porque eu sabia que podia pedir acompanhamento), apesar de ter ficado meio abalada quando me falaram as coisas que escrevi. Tem outras coisas na vida que me exigem muito mais coragem para enfrentar – cobras por exemplo! rsrsrs.
      Adorei o "que venham mais aeroportos"! =)

      Beijão!

  3. Não preciso dizer que chorei com esse post. Claro, algo completamente esperado para quem já chorou com o barulho do mar, com credito ou debito, com o primeiro "Ju" atendido e com cada telefonema. E claro, além de muitas emoções como a percepção do sotaque chileno, das experiências musicais dentre muitas outras. Sem dúvida, uma amizade edificante. Cada dia que passa aprendo mais com você. Você sempre me traz a certeza de que somos do tamanho dos nossos sonhos, e que não há impossível quando se deseja aprender algo.
    Esse post muito me ensinou também, sei que ele será útil caso eu precise viajar sozinha um dia. Quem não tem medo de algo acontecer quando se está sozinha e com dificuldade de comunicação (não dominar outro idioma)?. Sim precisa-se de superação. Analisar os riscos, você sempre cuidou de mim nesse sentido, eu só olho atrás das arvores (você entendeu). Buscar expressões uteis, usar papel e se comunicar por gestos, claro… Fundamental, sempre temos um jeito de tentar entender (afinal, adulto mayor não é algo tão claro assim). "Esteja sempre alerta", para esse ensinamento, comentários só pessoalmente. Claro, claro, claro. Divirta-se! Mexe, mexe…. Vida! Vida! Crer! Sorrir!!!

    1. hahahahahha, você olha atrás das árvores e eu saio correndo! =P Falando nisso, uma das meninas da nossa equipe trabalha no mesmo lugar que você e perguntei se ela também tinha aprendido a olhar atrás das árvores. hahaha.
      E você sabe que só aprendo com você: a compaixão para com o próximo, a generosidade, a compreensão de que a vida é bela e colorível.

      Beijão!

  4. Ju…
    Me emocionei lendo esse post.
    Que bom, que bom, que bom que vc resolveu publicá-lo!!!!
    Sem medo de se expor, e tão gentilmente explicando tudinho!
    Com certeza este post ajudará muita gente. Até mesmo quem não tem deficiência alguma! Nem que seja pra fazer o coração sorrir e perder medos bobos que todos temos!
    Um beijo emocionado e grato por toda a sintonia, cumplicidade, diversão… e tudo mais que vc belamente citou ao final do post!
    E que venha nossa próxima viagem!!!!!

    Este post vai me manter sorrindo todo o dia hj! 🙂

    1. Oi Karen, fico feliz de saber que consegui deixar alguém sorrindo! Isso é uma dádiva!
      Quando leio comentários como o seu, fico feliz comigo mesma, de ter criado esse blog. É nessas horas que eu vejo que há males que vêm para o bem!

      E que venha a próxima viagem!

      Beijos mil!

  5. Ju, gostei de ler o seu relato. É inspirador, e revelador também. Entender a dificuldade do outro nos ajuda a sermos melhores. Já pensou em escrever para as companhias aéreas explicando as diferenças de necessidades especiais e pedindo que sejam mais compreensivos/efetivos com isso?

    Algumas companhias brasileiras, como a Gol e a Tam, publicam textos enviados por viajantes, se alguma conexão tiver sido feita por elas. Seria muito bacana ver seu relato publicado, pois pode ajudar muita gente.

    Beijo!

    1. Oi Vivi, sim eu já pensei, tanto que escrevi para a Air France/ KLM dizendo o quanto tinha gostado de voar com eles e o quanto tinha sido bem atendida no que se refere à deficiência. Quanto à necessidade de explicar a diferença entre as necessidades especiais é meio complicado, porque o esquema de assistência não é o mesmo no mundo inteiro. No Brasil, quem assume esse papel são as cias aéreas. Na Europa, são funcionários do aeroporto, a cia aérea solicita a assistência ao aeroporto,e eles são responsáveis por você até você entrar no avião, e então comunicam aos comissários.

      Beijos!

  6. Jú querida!
    Tenho uma enorme admiração por você. É incrível como você enfrenta os seus medos com maestria e segue em frente, independente dos obstáculos que encontra pela frente. A viagem foi só mais um desses obstáculos, mas conhecendo a sua história já tinha percebido, que você é uma pessoa muito especial, que luta e corre atrás do que quer. Parabéns pela sua garra.
    Também me emocionei com o post, realmente se você tivesse dado ouvidos para o medo, deixaria de viver um monte de coisas incríveis! Adorei o seu relato, é inspirador, espero que ajude muitas pessoas. Que bom que teve coragem de compartilhar isso com a gente!
    Beijo grande! Thamyrez

  7. Oi Ju! Muito legal seu post. Achei suas dicas muito interessantes, não só para quem tem algum tipo de deficiência, mas para todos. Levar as frases por escrito na língua local eu achei fantástico. Já adotei.
    Viajar é sempre muito inspirador. Estou louca para ver os projetos que vao aparecer depois dessa viagem.
    Parabéns pelo blog!

    1. Oi Fábiu, é verdade, tem dicas que acabam servindo para todo mundo e frases escritas na língua local são sempre uma mão na roda. Fico feliz de saber que essa dica foi/ será útil a você.
      Realmente, viajar é sempre muito inspirador. Até porque somos obrigados a olhar para fora do nosso mundinho e vemos que as possibilidades são bem maiores que aquilo que imaginamos.
      Obrigada pelo carinho!
      Abraços!

  8. Conheci seu blog no pinterest, estava vendo seus vídeos e percebi que você era implantada! Depois fui pesquisar se você havia contando algo sobre sua surdez e encontrei esse post. Também sou surda (perda média) e sou usuária de aparelho auditivo e sempre fico encantada com pessoas que passam pela surdez sendo tão destemidas como você! Muito inspiradora! Parabéns!
    Beijos com carinho!

    1. Olá Carol,

      seja bem vinda a esse espaço. Realmente, não falo muito sobre a surdez aqui, porque não é o propósito desse blog. O objetivo daqui é ajudar as pessoas a desconstruir o conceito que de decoração é inacessível, mostrar que há soluções simples e baratas, e também, promover uma relação de amor entre o lar e o morador.
      Mas como a surdez é uma coisa que faz parte da minha vida, às vezes, acabo falando dela por alto. Acho que esse é o único post que falo especificamente desse assunto.
      O AASSI não me atendia, não conseguia ouvir com ele, então sou implantada há 10 anos. Foi a melhor coisa que fiz na vida! =)
      Beijão e volte sempre!

  9. Oi, Ju!
    Que experiência incrível!
    Minha prima quer viajar sozinha e tbm tem deficiência auditiva. Vc poderia me indicar algum lugar para se viajar sozinha nessas condições? Poderia ser no Brasil ou fora. Pela cultura do Brasil, ela acredita ter mais segurança viajando fora, mas fico na dúvida. Me ajuda, por favor! Abraços e sucesso!

    1. Dentro do Brasil é sempre mais fácil, pela facilidade do idioma, né? Eu não me aventuraria a sair do aeroporto sozinha num lugar que eu não entendo nada. Nessa viagem por exemplo, fui pra Alemanha e pra Suíça, mas tirando o aeroporto, que tem gente para ajudar, eu não andei sozinha por esses lugares, estava com amigos. Já em Barcelona, que fala também o espanhol, que é um idioma que eu domino, eu passeei sozinha em alguns momentos.
      E em 2016, morei um tempinho na Argentina, e fui pra lá sozinha. Mas mais uma vez, era um lugar que eu dominava o idioma. Acredito que o mais importante é ela buscar um lugar que ela saiba que vai conseguir se comunicar. E se tiver alguém para esperar do outro lado do mundo, aí fazer o translado sozinha é tranquilo, porque em aeroportos, já há um preparo para dar assistência a deficientes.

      Abraços!

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